Projeto de aluna da Unisa ganha destaque em Congresso Acadêmico

Fernanda Beatriz Ataíde Silva, estudante de Educação Física da Unisa, recebe reconhecimento por pesquisa realizada sobre comportamento ativo e comportamento sedentário entre pessoas autistas e não autistas

São Paulo, abril de 2024 – No último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima-se que existam 2 milhões de brasileiros autistas no país. Contudo, o número pode ser ainda maior em decorrência da dificuldade de diagnóstico, pois o Transtorno do Espectro Autista (TEA) — uma alteração das funções do neurodesenvolvimento — atua de forma diferente em cada indivíduo, podendo apresentar interferência na comunicação, na linguagem, além de, muitas vezes, no comportamento e interação social.

Quando recebeu o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista aos 22 anos, Fernanda Beatriz Ataide Silva, aluna de Educação Física da Universidade Santo Amaro – Unisa, libertou-se de uma vida de questionamentos sobre sua capacidade e sobre quem era. “Cresci ouvindo as pessoas me chamarem de estranha e esquisita. Receber o diagnóstico me permitiu iniciar um processo de autoconhecimento e muito esclarecimento”, comenta Fernanda. A partir de então, a estudante passou a compartilhar sua história em palestras sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas autistas, entre elas a prática de atividade física em grupo.

Em uma dessas palestras, foi sugerido que Fernanda cursasse Educação Física. Hoje, ela está no penúltimo ano do curso e é presidente da Diretoria Acadêmica de Educação Física; faz estágio no Programa de Atividades Esportivas Extensivas à Comunidade (PAEC) — iniciativa da Unisa para estimular a prática esportiva na comunidade no entorno da Instituição; e é membro do grupo de Iniciação Científica da Universidade.

Convidada para participar do grupo de Iniciação Científica pelo Professor Doutor Lucas Melo Neves, pesquisador do Mestrado em Ciências da Saúde e docente da Unisa, Fernanda ajudou Neves na compreensão das barreiras enfrentadas por pessoas autistas. No decorrer do projeto, eles optaram por desenvolver o estudo “O Tempo de Atividade Física e Comportamento Sedentário da Pessoa Autista e Não Autista”, o qual conclui que as pessoas autistas são menos engajadas na prática dos exercícios físicos em grupo do que o indivíduo que não tem autismo.

“Podemos concluir que o autista muitas vezes tem dificuldade em interagir e socializar com outras pessoas, portanto a exposição em grupo, até por falta de compressão das pessoas, pode levar a questionamentos sobre o comportamento, fato que pode abalá-lo ao ponto de optar pelo isolamento”, esclarece Fernanda. Outro indicativo do estudo aponta que o comportamento sedentário é similar entre as pessoas autistas e não autistas. O trabalho de pesquisa da estudante conquistou o segundo lugar na premiação realizada no 26º Congresso de Iniciação Científica da Unisa.